
Continuando nosso texto: A Filosofia e a Astronomia...
Se procurarmos a definição de fenômeno no dicionário Aurélio teremos que fenômeno é: “Tudo quanto é percebido pelos sentidos ou pela consciência; tudo o que se observa de extraordinário no ar ou no céu”. Bem, esta é uma definição bem abarcante, mas o que gostaríamos de salientar é o termo “o que se observa de extraordinário no ar ou no céu” ou seja aquilo que não é ordinário; fora do comum.
Se procurarmos a definição de fenômeno no dicionário Aurélio teremos que fenômeno é: “Tudo quanto é percebido pelos sentidos ou pela consciência; tudo o que se observa de extraordinário no ar ou no céu”. Bem, esta é uma definição bem abarcante, mas o que gostaríamos de salientar é o termo “o que se observa de extraordinário no ar ou no céu” ou seja aquilo que não é ordinário; fora do comum.
Como este é um trabalho de filosofia é imprescindível buscarmos as definições em dicionários de filosofia, portanto Abbagnano diz inicialmente que fenômeno é:
O mesmo que aparência. Nesse sentido o fenômeno é a aparência sensível que se contrapõe à realidade, podendo ser considerado manifestação desta, ou que se contrapõe ao fato, do qual pode ser considerado idêntico. (2007, p.510).
De qualquer maneira estes são termos assumidos na linguagem comum, vejamos agora como se trata fenômeno a partir do século XVIII.
(...) a palavra fenômeno começa a designar o objeto específico do conhecimento humano que aparece em condições particulares, características da estrutura cognitiva do homem. Nesse sentido, a noção de fenômeno é correlativa com a de coisa em si, a ela remetendo por oposição contrária. Abbagnano (op. cit.).
Naquele século se questionava a capacidade do homem conhecer, ou melhor, a limitação do conhecimento humano, e foi desta convicção, como nos relembra Abbagnano que Kant diz:
Fenômeno é o que não pertence ao objeto em si mesmo, mas se encontra sempre na relação entre ele e o sujeito, sendo inseparável da representação que este tem dele. Por isto mesmo os predicados do espaço e do tempo são atribuídos aos objetos dos sentidos como tais, e nisso não há ilusão. Ao contrário, se atribui à rosa em si a cor vermelha, a Saturno os anéis ou a todos os objetos extremos em si a extensão, sem levar em conta a relação desses objetos com o sujeito e sem limitar meu juízo a essa relação, então nasce a ilusão. (2007, p.510).
Portanto neste sentido, fenômeno não é o objeto que se manifesta, mas o objeto que “aparece” ao homem como tal com suas limitações entendidas nessa época.
Tratando destes termos na contemporaneidade precisamos buscar o que disse Husserl a partir de suas Investigações Lógicas, como comenta Abbagnano:
Fenômeno começou a indicar não só o que aparece ou se manifesta ao homem em condições particulares, mas aquilo que aparece ou se manifesta em si mesmo, como é em si, na sua essência. É verdade que para Husserl o fenômeno neste sentido não é uma manifestação natural ou espontânea da coisa: exige outras condições, que são impostas pela investigação filosófica como fenomenologia. O sentido fenomenológico de fenômeno como revelação de essência. (2007, p.511).
Visto isto podemos comentar Heidegger que considera o fenômeno como o aparecer puro e simples do ser em si e o distingui assim da simples aparência que é indício do ser ou alusão ao ser (que contudo permanece escondido) e que, por isso, é o não manifestar-se ou o esconder-se do ser. Heidegger (Ser e Tempo).
Visto isto podemos comentar Heidegger que considera o fenômeno como o aparecer puro e simples do ser em si e o distingui assim da simples aparência que é indício do ser ou alusão ao ser (que contudo permanece escondido) e que, por isso, é o não manifestar-se ou o esconder-se do ser. Heidegger (Ser e Tempo).
Em suma Abbagnano resume os sentidos ou significados da palavra fenômeno atualmente em uso da seguinte forma:
1) aparência pura e simples (ou fato puro e simples), considerada ou não como manifestação da realidade ou fato real; 2) objeto do conhecimento humano, qualificado e delimitado pela relação com o homem; 3) revelação do objeto em si. (2007, p.511).
Depois destas considerações inicias podemos passar para o termo fenomenologia e entendermos melhor a abrangência que o mesmo toma em nossa contemporaneidade.
Abraços do Benito Pepe
No próximo tópico falamos da Fenomenologia.
Referência bibliográfica:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
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